Aterro Sanitário
Aterro sanitário é uma espécie de
depósito onde são descartados resíduos sólidos (lixo) provenientes de
residências, indústrias, hospitais e construções. Grande parte deste lixo é
formada por não recicláveis. Porém, como a coleta seletiva ainda não ocorre
plenamente, é comum encontrarmos nos aterros sanitários plásticos, vidros,
metais e papéis.
Os aterros sanitários são construídos,
na maioria das vezes, em locais distantes das cidades. Isto ocorre em função do
mal cheiro e da possibilidade de contaminação do solo e de águas subterrâneas.
Porém, existem, atualmente, normas rígidas que regulam a implantação de aterros
sanitários. Estes devem possuir um controle da quantidade e tipo de lixo,
sistemas de proteção ao meio ambiente e monitoramento ambiental.
Os aterros sanitários são importantes, pois solucionam parte dos problemas causados pelo excesso de lixo gerado nas grandes cidades.
Condições e Características de um aterro sanitário
A base do aterro sanitário deve ser constituída por um sistema de drenagem de efluentes líquidos percolados (chorume) acima de uma camada impermeável de polietileno de alta densidade - P.E.A.D., sobre uma camada de solo compactado para evitar o vazamento de material líquido para o solo, evitando assim a contaminação de lençóis freáticos. O chorume deve ser tratado e/ou recirculado (reinserido ao aterro) causando assim uma menor poluição ao meio ambiente.
Seu interior deve possuir um sistema de drenagem de gases que possibilite a coleta do biogás, que é constituído por metano, gás carbônico(CO2) e água (vapor), entre outros, e é formado pela decomposição dos resíduos. Este efluente deve ser queimado ou beneficiado. Estes gases podem ser queimados na atmosfera ou aproveitados para geração de energia. No caso de países em desenvolvimento, como o Brasil, a utilização do biogás pode ter como recompensa financeira a compensação por créditos de carbono ou CERs do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo, conforme previsto no Protocolo de Quioto.
Sua cobertura é constituída por um sistema de drenagem de águas pluviais, que não permita a infiltração de águas de chuva para o interior do aterro. No Brasil, usa-se normalmente uma camada de argila.
Um aterro sanitário deve também possuir um sistema de monitoramento ambiental (topográfico e hidrogeológico) e pátio de estocagem de materiais. Para aterros que recebem resíduos de populações acima de 30 mil habitantes é desejável também muro ou cerca limítrofe, sistema de controle de entrada de resíduos (ex. balança rodoviária), guarita de entrada, prédio administrativo, oficina e borracharia.
Quando atinge o limite de capacidade de armazenagem, o aterro é alvo de um processo de monitorização especifico, e se reunidas as condições, pode albergar um espaço verde ou mesmo um parque de lazer, eliminando assim o efeito estético negativo.
Existem critérios de distância mínima de um aterro sanitário e um curso de água, uma região populosa e assim por diante. No Brasil, recomenda-se que a distância mínima de um aterro sanitário para um curso de água deve ser de 400m.
No Brasil
No Brasil, um aterro sanitário é definido como um
aterro de resíduos sólidos urbanos, ou seja, adequado para a recepção de
resíduos de origem doméstica, varrição de vias públicas e comércios. Os
resíduos industriais devem ser destinados a aterro de resíduos sólidos industriais
(enquadrado como classe II quando não perigoso e não inerte e classe I quando
tratar-se de resíduo perigoso, de acordo com a norma técnica da ABNT 10.004/04
- "Resíduos Sólidos - Classificação").
Diferença entre Lixão e aterro sanitário
1.Lixão
Há diversas formas de tratar o lixo, a mais usada é justamente a
pior: os lixões. Eles são depósitos de lixo a céu aberto, popularmente
conhecidos como vazadouros, lixeiras ou lixões. Ele é uma área de disposição
final de resíduos sólidos sem nenhuma preparação anterior do solo. Neste local,
não há sistema de tratamento de efluentes líquidos – o chorume (líquido que
escorre do lixo, fruto da decomposição da matéria orgânica). Em consequência
disso, este líquido penetra pela terra, com substâncias contaminantes para o
solo e para o lençol freático.
Com o passar do tempo, o lixo
atrai insetos e ratos, aumentando o risco de contaminação, principalmente para
aqueles que costumam trabalhar nesses espaços. Muitas crianças, adolescentes e
adultos costumam tirar seu sustento a partir desses lixões, catando comida e
materiais recicláveis para vender. No lixão, os resíduos ficam expostos sem
nenhum procedimento que evite suas consequências ambientais e sociais
negativas.
O aterro sanitário é a disposição adequada dos resíduos sólidos
urbanos. O diferencial dele é a responsabilidade com que se trata o lixo a ser
armazenado no local. Tudo é pensado, preparado e operado de maneira racional
para evitar danos à saúde pública e ao meio ambiente – desde a escolha da área
até a preparação do terreno, operação, determinação de vida útil e recuperação
da área após o seu encerramento. Trata-se de um projeto arrojado de engenharia.
Antes de iniciar a disposição
do lixo, o terreno é preparado com a impermeabilização do solo e o selamento da
base com argila e mantas de PVC. Com esse processo, o lençol freático e o solo
não são contaminados pelo chorume.
Há, também, um sistema de captação desse líquido para posterior
tratamento – ele é coletado por meio de drenos, encaminhado para o poço de
acumulação, de onde, nos seis primeiros meses de operação, é recirculado sobre
a massa de lixo aterrada. Após esses seis meses, quando a vazão e os parâmetros
já são adequados para tratamento, o chorume acumulado é encaminhado para a
estação de tratamento de efluentes.
O aterro sanitário também prevê
a cobertura diária do lixo, evitando a proliferação de vetores, mau cheiro e
poluição visual.
Nesse sistema de disposição dos resíduos sólidos, não há catadores em atividade
no terreno e a quantidade de resíduos que entra é controlada. Os aterros sanitários
também contam com um sistema de captação e armazenamento ou queima do gás
metano, resultante da decomposição da matéria orgânica.
Ao final da vida útil do aterro
sanitário, a empresa que o opera é responsável por efetuar um plano de
recuperação do terreno.
2.1 Aterro Controlado
Com o objetivo de amenizar os depósitos a céu aberto, foram
criados os aterros controlados, uma categoria intermediária entre o lixão e o
aterro sanitário. Normalmente, ele é uma célula próxima ao lixão, que foi
remediada, ou seja, que recebeu cobertura de grama e argila.
De acordo com a Recicloteca, a nomenclatura mais adequada
seria “lixão controlado”. Nesta situação, há uma contenção do lixo que, depois
de lançado no depósito, é coberto por uma camada de terra. Este sistema
minimiza o mau cheiro e o impacto visual, além de evitar a proliferação de
insetos e animais. Porém, não há impermeabilização de base (o que evitaria que
o material contamine o solo e o lençol d’água), nem sistema de tratamento do
chorume ou do biogás.